domingo, 25 de maio de 2008

As três peneiras



Há muito tempo comprei um livro que se chama "Cuidado com as raposinhas". Muito bom! Já havia lido várias vezes, até porque é bem pequeno. Mas emprestei pra alguém, que não me lembro quem, e nunca mais o vi. Aliás, se estiver com você que está lendo, por favor, me devolva sem nenhuma vergonha.( eu vou entender sua distração, rsrsrsr) Mas neste livro havia um capítulo que falava sobre a língua. Os perigos que ela nos traz quando a usamos de maneira irresponsável. O autor ilustrou o capítulo com uma versão deste diálogo abaixo:

Logo no primeiro dia, para fazer média com o novo chefe saiu com esta:
- Chefe! O senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva... Disseram que...
Nem chegou a terminar a frase e o chefe perguntou:
- Espere um pouco...
O que vai me contar já passou pelo crivo das 3 peneiras?
- Peneiras? Que peneiras?
- A primeira é a da Verdade.
Você tem certeza de que esse fato é absolutamente verdadeiro?
- Não, não tenho. Como posso saber?
O que sei é que me contaram que...
E novamente foi interrompido pelo chefe.
- Então sua história já vazou a primeira peneira.
Vamos então para a segunda que é a Bondade.
O que vai me contar, gostaria que outros também dissessem de você?
- Claro que não! Deus me livre, chefe!
- Então sua história vazou a segunda peneira.
- Vamos ver a terceira que é da Necessidade.
Você acha mesmo necessário me contar esse fato ou passá-lo a diante?
- Não chefe. Passando pelas peneiras, vi que não sobrou nada que eu iria contar!
Pense nisso, antes de falar.
Pessoas inteligentes falam sobre ideias.
Pessoas comuns falam sobre coisas.
Pessoas medíocres falam sobre outras pessoas.


Ahh, se tudo o que nós falássemos passasse pelas três peneiras.... Evitaríamos tanta discórdia, fofoca, intriga. Apartir do momento que falamos algo, se torna, praticamente, impossível reverter o que dissemos. Não sabemos exatamente até aonde foi propagado e, diante de um arrependimento, só nos resta pedir desculpas. Mesmo em momentos que dissemos sem pensar, em momentos de raiva, em meio a brigas ou mágoas, a palavra tem um certo poder de eternizar, tornar concreto (pedra) aquilo que na hora achamos ser um comentário infeliz de um bate-papo informal. Devemos nos arrepender e orar para que Deus amenize o "estrago" que fizemos e desfaça todo mal entendido. Só que,mais fácil que passar por tudo isso é vigiar sempre. O silêncio as vezes é uma arma tremenda em certas situações. Tenho um amigo que quase nunca fala, e quando fala, só o mais próximo dele é quem escuta. È claro que a omissão não é bem vinda em nenhuma situação, que não é o caso dele, mas se falássemos somente o que é verdade, o que é bom, e o que é necessário, ficaríamos muito mais tempo em silêncio do que falando.

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