sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A volta de Cristo



Apocalipse Now?

De repente você chega em casa e imediatamente liga a televisão. E para sua surpresa, a primeira coisa que ouve é: “O mundo acabará amanhã”. Por alguns instantes, você não dá crédito ao que ouviu, achando ser mais uma daquelas “pegadinhas” de TV. Porém, para sua surpresa, quando troca de canal você ouve outros programas informarem a mesma coisa: “O apocalipse chegou”. Então você pensa: “E agora, o que fazer?”

Para muitos, essa seria a pior e mais aterrorizante notícia já ouvida. É difícil conceber a idéia de que o “fim do mundo” está próximo. Contudo, nos últimos anos, o tema ganha força não só entre os 26 milhões de evangélicos (dados do Censo 2002) espalhados pelo Brasil, mas também entre outras religiões e até mesmo entre os mais céticos. Há quem acreditava que os ataques terroristas ao World Trade Center, nos Estados Unidos, seria o prenúncio de que o fim dos tempos estava mais perto do que nunca, e, por conseguinte a volta de Cristo.

O tema tem despertado a atenção também da mídia. A revista Época (edição nº 224, de 2 de setembro de 2002) trouxe como matéria de capa o assunto. Segundo a revista, “no Brasil, 36 milhões vivem à espera do apocalipse”. O assunto também foi destaque na revista americana Time, que no início de julho trouxe uma reportagem de capa. De acordo com Time e conforme publicado em Época, aproximadamente 170 milhões de americanos “acreditam que o mundo acabará da maneira descrita no Apocalipse”.

Revelação

Falar sobre o assunto é algo que instiga e traz mistérios. Muitos, quando lêem os 22 capítulos descritos no livro do Apocalipse, na Bíblia, não conseguem compreender com precisão o significado do anti-cristo, a besta e o falso profeta que atuará por 42 meses (Ap. 13:5), a apostasia religiosa, isto é, quando muitos deixarão os caminhos do Senhor (Ap 13:12-14). Mas ao mesmo tempo, é difícil não pensar no “fim do mundo”, principalmente em meio a crises mundiais, terrorismo, guerras, catástrofes ecológicas, aumento considerável e rápido da violência, seqüestros, terremotos e conflitos internacionais como os que acontecem há anos entre árabes e israelenses. Em seu livro Apocalipse: o drama dos séculos , o Doutor Herbert Lockyer, escritor e preletor conhecido internacionalmente, autor de mais de 15 livros entre eles Todos os homens da Bíblia, define apocalipse como “a grande e digna consumação das Escrituras.” Para Lockyer, o livro “pode ser considerado um segundo Gênesis: o princípio do novo mundo de vida espiritual perfeita na cidade de Deus. Assim como Gênesis é o livro das primeiras coisas, Apocalipse é o das coisas últimas”, explica. O autor ainda descreve em seu livro a finalidade do Apocalipse: “O propósito do Apocalipse é indicado no prólogo. O livro foi descrito para mostrar-nos as coisas que ‘em breve devem acontecer’.”

Em busca do “Paraíso”

A compreensão de que o fim do mundo pode estar próximo, leva muitas pessoas a indagarem: “Após o apocalipse, o que virá?” A resposta estaria no capítulo 2, verso 7, do livro do Apocalipse, que diz: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da árvore da vida, que está no paraíso de Deus.” De acordo com Novo Dicionário da Bíblia (Volume II, Edições Vida Nova), “Cristo promete que Ele dará o paraíso como dádiva ao vencedor.” Segundo, ainda, o dicionário, esse é o único versículo no qual paraíso é empregado em sentido escatológico.

Isso vem sustentar o que disse a revista Época em sua reportagem, de que para os religiosos, “viver com a idéia do apocalipse na cabeça não equivale a fazer uma viagem de ônibus à espera de um desastre fatal. Tampouco significa que as obrigações cotidianas devam ser esquecidas – e as contas a pagar atiradas na cesta de lixo. A crença no fim está diretamente relacionada a outra: a existência do paraíso, para onde irão os justos, os escolhidos pelo Messias.”

Incógnita

Mistérios à parte, o Apocalipse é um dos livros mais lidos da Bíblia. Suas revelações são motivos de discussões e debates a respeito do tempo e a hora. Porém, quanto a isso Jesus disse: “A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à Sua própria autoridade.” (At 1:7.) O fato é que para nós cristãos, o “Venho sem demora” (Ap 3:11), é algo vivo que nos faz lembrar de que Jesus, o Cristo ressurreto, que foi morto, mas que ao terceiro dia ressuscitou. Esta é a esperança para nossas almas. “Mas, como está escrito: As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam.” (I Co 2:9.)

Ana Paula Costa
redacao@lagoinha.com

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